Há cerca de um mês, Polliana Aleixo, de 17 anos, vestiu uma calça e não conseguiu fechar o último botão. A experiência — até então inédita para a atriz e desagradável para a maioria das mulheres — foi o primeiro resultado positivo de um trabalho iniciado em setembro. Ao ser confirmada no elenco de “Em família”, Polliana procurou uma nutricionista e um endocrinologista e, na contramão do que fazem nove em cada dez meninas da sua idade, começou um regime para ganhar peso. Bárbara, sua personagem na novela de Manoel Carlos que sucederá a “Amor à vida”, será uma adolescente gordinha, maltratada pela mãe, a ex-miss Shirley (Vivianne Pasmanter).
— Acho que esta é a minha prova de fogo como atriz — resume Polliana, que estreou na TV em “Beleza pura” (2008) e já gravou em Goiânia as primeiras cenas da novela, a sexta de sua carreira. — Confesso que minha primeira reação quando a roupa não coube foi de desânimo. Fiquei com a autoestima abalada. Mas logo percebi que este corpo é da Bárbara, não meu. Só que desta vez eu não deixarei a personagem no estúdio, ela vai me acompanhar o tempo todo.
Com cinco quilos a mais e usando manequim 40 (antes ela oscilava entre o 36 e o 38), a atriz está feliz com a oportunidade de tratar de um tema delicado e tão em voga: o bullying. Por ora, Polliana dispensou o acompanhamento psicológico posto à sua disposição pela Globo. Mas sabe que talvez precise recorrer a ele ao longo dos capítulos.
— Teremos cenas fortes pela frente, mas por enquanto está tranquilo — diz a atriz, dando sinais de que está lidando bem com o espelho. — Estou bochechuda e com o quadril bem grande, mas tudo bem.
Polliana, que no momento está solteira, também não está preocupada se o assédio masculino diminuirá diante das novas medidas:
— Se for menos ou mais paquerada, não ligo. Por mim, tanto faz. Muitas adolescentes sofrem com o bullying, seja em casa ou na rua. É importante falar disso na televisão.
A própria atriz, quando chegou ao Rio vinda de Curitiba, foi alvo de muita piada por conta do sotaque.
— Diziam que eu era da roça, implicavam mesmo. Precisei até mudar de escola — lembra
