‘Gorda tem mais que ser humilhada’, prega ....




Uma gordinha tenta desesperadamente perder a virgindade. Não consegue. Marca vários encontros. Entra em desespero. Cai no conto de um entregador de pizza que, após uma paquera, pergunta quanto ela vai pagar. Depois, amigos tentam “ajudá-la” pagando um michê.  A mesma moça já ficou amarrada na cama por um sado-masoquista. Tudo para realizar seu sonho de “deixar de ser virgem.” Era para ser engraçado. Mas é triste.

A personagem Perséfone, interpretada pela atriz Fabiana Karla faz parte do núcleo “Zorra Total” de Amor à Vida, aquele que tenta ser engraçado, mas acaba deprimente. Nos fóruns de discussão na internet de meninas pluz sise (aquelas que assumem que são acima do peso “estabelecido” e viram meio militantes “da causa”), a personagem causa revolta. Uma petição online foi criada para pressionar o autor a mudar o rumo da personagem. Não sem razão. Mensagem da trama: gorda é carente. Gorda é boba. Gorda ninguém quer. Gorda tem que ser HUMILHADA.

Engraçado que a mesma trama ontem deu um show de modernidade mostrar Felix (Mateus Solano) sendo aceito como gay por sua família e sofrendo homofobia do pai. Admirável. Mas.. Por que tratar uma moça desse jeito? Isso em tempos em que se luta contra a ditadura da magreza e da chamada” gordofobia”.

O autor da trama, Walcyr Carrasco, já avisou que a menina vai ter um final feliz. Mas, bem, ela vai ter que passar por tanto sofrimento e humilhação para isso? Jura? Gordo tem que sofrer? “Usa mais de 42, queima na fogueira”,  sussurram várias vozes na mídia e no mundo da moda.  Uma novela com tanta influencia propagar um preconceito desses enquanto mostra um mega avanço ao abordar a causa gay é absurdo. O que será de mim?”, pensa uma espectadora adolescente gordinha vendo a novela. Dificil justificar, seu Walcyr.