Sucesso de "Flor do Caribe" livra Grazi Massafera da ....

Divulgação/TV Globo

Sucesso de "Flor do Caribe" livra Grazi Massafera da fama de pé frio

Apesar de uma primeira semana movimentada e tecnicamente perfeita, "Flor do Caribe" estreou com audiência abaixo do esperado pela Globo. A novela demorou um pouco a engrenar, mas encerra seus trabalhos como sucesso de público com médias na casa dos 30 pontos. Um índice excelente, levando em consideração que "Malhação" vem entregando com cerca de 13 pontos. É mais que o dobro.

A trama de Walther Negrão consagrou Grazi Massafera. Além de seu excelente desempenho como a sofrida Ester, a loira finalmente se livrou da fama de pé frio que lhe acompanha desde "Negócio da China", em 2008. De lá para cá, a atriz trabalhou em "Tempos Modernos", um das piores audiências do horário das 19h, e "Aquele Beijo", que também ficou abaixo do Ibope desejado.

Protagonista da história, Grazi mostrou ser muito mais que uma celebridade carismática e provou que disciplina e estudo podem lapidar um talento. Nas cenas dramáticas, a loira deu um banho no veterano Henri Castelli e no estreante Igor Rickli.

Além de Grazi, se destacaram Bruno Gissoni - que vem se firmando como o mais novo galã da casa - e José Loreto. O namorado de Débora Nascimento levou o papel mais difícil e encontrou o ponto exato do lúdico Candinho.

Nem todo mundo teve o destaque merecido. Dudu Azevedo e Thiago Martins fizeram figuração de luxo. O núcleo dos cadetes não teve muito espaço no projeto. Falando no elenco, um erro grave de escalação atrapalhou a história. Sergio Mamberti e Juca de Oliveira possuem quase a mesma idade. Porém, na trama, Dionísio teria que ser, pelo menos, 20 anos mais velho que Samuel a ponto de torturar a família do pai de Ester quando ele ainda era um menino.

Nos quesitos técnicos, a fotografia do folhetim deu um show com as belíssimas imagens do Rio Grande do Norte. A direção também deu um show à parte com as sequências de ação dignas de novela das 21h. Apenas a prosódia deixou a desejar. A equipe poderia ter optado por um único sotaque para os habitantes da fictícia Vila dos Ventos.

No entanto, em sua fase final, o autor pareceu meio perdido. De repente, a trama bem costurada foi tomada por situações pouco críveis, como o ciúme sem sentido de Juliano (Bruno Gissoni) pelas filhas de Nathália (Daniela Escobar).

Talvez, o escritor não estivesse preparado para esticar o projeto em uma semana a pedido da emissora. Com isso, os últimos dias da turma de Cassiano (Henri Castelli) foram bastante sem graça e com diálogos intermináveis, que não acrescentavam em nada à historia.

O sucesso e a linda embalagem não conseguiram esconder a história fraca livremente inspirada no "Conde de Monte Cristo". Negrão teve boas oportunidades de explorar bons temas como o nazismo e um incesto, mas preferiu trocar as tramas pesadas por um enredo mais solar.

Se a ideia era fazer bonito no Ibope, floresceu como o esperado.